Por Elisabete Silva, bolseira FCUL do projeto VALOREJET
As redes de emalhar são uma arte de pesca bastante comum em Portugal. Trata-se de um método que utiliza redes de forma retangular com um ou três panos (tresmalho) que ficam na vertical devido aos chumbos no cabo inferior e boias no cabo superior.
A seletividade desta arte depende, para além do número de panos, do tamanho da malha. De uma forma geral, redes de um pano têm como espécies-alvo o salmonete e a pescada, enquanto que as redes de tresmalho são mais utilizadas para capturar linguado e raias.
Debaixo de água as redes não são visíveis (principalmente durante a noite) aos peixes e “encurralando-os” facilmente.
Muitas das capturas efetuadas por esta arte não são desejadas, ou porque as espécies não apresentam valor comercial, ou porque as que têm é reduzido (e.x. serrão-alecrim, carapau-negrão, ruivos, bogas), porque os indivíduos capturados não atingiram ainda o tamanho mínimo ou porque, devido à agitação marítima ou elevado tempo de imersão das redes, o pescado ficou muito danificado e não tem qualidade para venda.
Esta arte também é responsável pela captura acidental de aves marinhas, tartarugas e cetáceos devido à sua reduzida seletividade e elevado tempo na água sem alagem.
Uma redução do tempo de submersão destas redes (inferior a 24h) poderia evitar a morte desnecessária de inúmeros seres vivos.
Co-financiado por MAR 2020, Portugal 2020 e União Europeia – Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas.
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